" ABANDONO "

Silêncio n'alma em mim... Vazio, o peito

ecoa a solidão que eu ouço agora!

Há marcas de uma história ainda, embora

já não lhe ouça o riso outrora feito!...

          Distante, o pensamento; se demora

          a fim de compreender o rumo aceito

          se bem que lhe alterar não tem mais jeito...

          Só resta o prosseguir estrada a fora.

Vagueio o espaço frio e sem razão

do que restou, enfim, de um coração

que um dia foi feliz e apaixonado...

          Só há lembranças soltas, sem destino,

          e o triste sonho ingênuo de um menino

          de mim hoje distante e abandonado!


©Paulo Braga Silveira Junior - Dezembro/2018

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" PERSEVERE "

Ainda há vida intensa a ser vivida!...

Mantenha a fé, prossiga enfim na estrada

que a luta imposta a todos na jornada

já foi por nosso rei, na cruz, vencida!...

          Insista, persevere a caminhada

          por mais que a alma encontre-se abatida;

          resista à tal batalha em ti, renhida...

          Te espera logo adiante a paz sonhada.

Tu és a testemunha que o Senhor

proveu pra nos mostrar do Seu amor...

Não desanimes, pois... Tens a vitória!

          É grande o que te aguarda em galardão

          pois este teu viver de devoção

          a Deus produz louvores, honra e glória!


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" CHOREI "

Caminha o sol já perto do poente

amenizando assim o fim do dia...

Há sombras no meu ser e nostalgia

conforme o pé na estrada eu sigo em frente!...

          A vida é feita em fotos de alegria,

          de instantes de paixão na noite quente

          e o recordar do amor, vezes frequente,

          é meu quinhão que a tarde principia.

Me pego olhando o nada, entre um sorriso

já meio emocionado depois disso,

revendo o corpo teu que eu afaguei...

          Saudade chega amarga e aperta forte,

          tão firme que não há que mais conforte;

          por sorte, ao fim do abraço, ali chorei!!...


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" CÁ COMIGO "

Ouço o gorjeio dos pardais sobre a cidade

num som festeiro e abundante de alegria;

um canto alegre que a minh'alma contagia

a dividir, com tanto amor, felicidade!...

          Festejam, todos, o prazer de mais um dia

          bailando em bandos com vigor e intensidade

          sob esse céu de azul singelo e claridade

          de um sol de paz que o seu calor nos irradia.

É nesse clima de paixão ao bom da vida

que vens a mim de uma lembrança revestida

pra me alegrar sem qualquer dolo o pensamento

          e no sorriso que me lembro em ti postado

          outra vez mais te sinto aqui junto ao meu lado

          pra dividir todo o esplendor deste momento!...


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" VITÓRIA "

As forças já me faltam... Neste quarto

somente escuto a voz da solidão

cantando em desafino o seu pregão

enquanto, para os pensamentos, parto!...

          Me agarro a uma saudade em prontidão,

          das horas a quicar no tempo, farto;

          minutos que com mais ninguém reparto

          e tendo, do futuro, o medo à mão.

Despeço-me de mim... Não mais terei

as chances que passaram, disto eu sei...

O que vier após se fará novo!

          Há de brotar o amor regado a pranto

          e uma esperança infinda, tanto e quanto,

          de mim irá de se erguer feito um renovo.


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" FUTURO "

Já piso as mansas ondas do futuro

molhando os pés nas águas da esperança;

eu creio ainda com fé de uma criança

que encontrarei, no amor, porto seguro!...

          Se o vasto céu azul que à frente avança

          tornar-se um negro véu, denso e escuro,

          ainda assim sem medo, aqui lhe juro,

          ao que vier meu ser, em paz, se lança.

Eu creio que o deserto, um dia, acaba

e toda tempestade que desaba

precede uma manhã ensolarada...

          Se queres, vem comigo lado a lado

          pois, sobre o que virá, o anunciado

          é que há lugar pra nós ao fim da estrada!


©Paulo Braga Silveira Junior - Janeiro/2019

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" CONFESSO "

Disseram que a desejo e amo ainda

e que presente estás frequentemente

nos versos que componho em minha mente

mostrando que a saudade me é bem-vinda!

          O amor, enfim, por mais que a gente tente

          jamais se vai de nós; nunca se finda...

          Se verso quem tu és, sempre tão linda,

          é que a paixão foi forte realmente.

Pergunto se um poeta, na emoção,

se nega a transcrever a inspiração

que as forças do universo lhe professam?!...

          Presente estás na rima, na poesia,

          nas linhas do soneto a cada dia

          que tanto amor por ti, sem véu, confessam!


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" CATIVA "

Olhar de menina, sábia mulher,

um lado bandida e o outro inocente;

metade safada e um tanto carente

foi feita pro amor, bem como vier!...

          Pois é mesmo assim: por vez, delinquente

          sem medo da vida ao que propuser,

          recende a paixão quando esta lhe quer,

          não nega o perdão à dor compungente.

Tem cor do pecado... É doce... É pimenta...

O forte prazer que, no corpo, alimenta

lhe dá brilho e luz a bem da emoção...

          É luxo e pureza; irmã da bondade;

          é dama da noite à luz da cidade;

          cativa princesa do meu coração!


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" AFOGADO "

Foi como olhando o mar, eu lá pequeno,

perdido num total deslumbramento;

o amor chegou-me leve como o vento

e me encantou num marejar sereno!...

          Foi se encrespando aos poucos num lamento

          meu oceano, outrora tão ameno,

          e como o breve instante de um aceno

          o amor se fez meu caos e sofrimento.

Cercou-me totalmente, de improviso,

e despojou-me, nu, do paraíso

no arrojo vindo em águas que nem sei...

          Foi só eu te encontrar, minha menina,

          que, por decreto e lei da minha sina,

          no amor que me ofertaste me afoguei!


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" AUSÊNCIA "

Há burburinhos do mundo lá fora

mas somos só nós dois no nosso espaço...

Desfruto de quem és cada pedaço

que o teu prazer maior já não demora!...

           Firmaste-me o amor em forte laço

           e esta vontade tua me namora;

           sou teu pra eternidade feita agora

           e bailo com ternura o teu compasso!

O som que importa a mim é o teu gemido

de quem sente o querer, feito um grunhido

nascido deste gozo à carne posto...

          Acordo, prisioneiro da vontade

          sem ter, mesmo no sonho, de verdade

          de um beijo ardente teu sentido o gosto!


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