" NO ESCURINHO "

Erramos muitas vezes a intenção

por mais que seja boa e verdadeira...

Brigar nos é a forma costumeira

de dar, ao bem querer, toda a atenção!...

          Brigamos nós até por brincadeira

          nos escondendo aos rogos da paixão

          e as dúvidas, por fim, na discussão

          nos crescem, vezes tantas, por besteira.

Te fechas no azedume enquanto eu fico

sem entender de nada, ali, de bico

até que o amor nos vença e faça jus

          pois que entre nós, eu creio, volta e meia

          dos fatos muita coisa se clareia

          só quando, a dois, a gente apaga a luz!...


©Paulo Braga Silveira Junior - Março/2019

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" POR QUE? "

Por que, Senhor? Pergunto sem resposta

aqui bem dentro d'alma inconsequente

e o questionar tornou-se bem frequente

na fé diante o altar de Deus deposta!

          Pergunta, eu sei, por dolo incoerente

          porém meu ser dos males se desgosta

          e tal questão perante o trono posta

          não faz-me ser, do amor, nenhum descrente.

Apenas me incomoda a dor do mundo

e as injustiças de um teor profundo

a propagar-se sem nenhum pudor...

          Tão cego, mando aos céus os meu recados

          banhando-me também dos meus pecados

          a questionar do Rei: Por que, Senhor?!...


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" URGENTE "

Eu quis viver do agora intensamente

e desfrutar prazer, amor, paixão

se como a própria vida de emoção

me fosse em tudo a coisa mais urgente!

          Vivi meu tempo dado na ilusão,

          de forma leviana e inconsequente,

          achando que o instante em mim presente

          me fosse toda a glória em explosão...

E me enfadei na carne em toda orgia,

me embriaguei das noites, da poesia

de um corpo de mulher pra onde me jogo...

          Sou hoje solidão, fracasso e morte

          rogando, por entregue à própria sorte,

          que tudo enfim se finde e acabe logo!...


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" ABRAÇO TEU "

Viesses tu comemorar comigo

eu bem te acolheria num abraço

pois que, apesar do rumo que hoje traço

ainda tens, no peito meu, abrigo!

          Abraço de amor feito em firme laço

          firmado como nó de um sonho antigo...

          Sem máculas de mágoa ou dor, te digo,

          persiste um bem maior nesse entrelaço!

Pra festejar contigo o dom da vida

um forte abraço, um beijo que, à escondida,

meus lábios sobre os teus te roubaria...

          O teu feitiço posto ainda é presente

          e este menino em mim sonha, inocente,

          o abraço em que, tu vindo, te daria!....


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" VEM VER "

Vem cá, me dá um abraço do apertado,

daqueles que nos vem do coração...

Tem cheiro de saudade essa paixão

que se mantém presente e em bom estado!...

          Menina desembirra... É uma ilusão

          manter as raivas todas do passado

          e já se deu por fato consumado

          que tudo é bem passível de perdão.

Tem sol lá fora, amigos e alegria

além desse universo de poesia

que se projeta em luz no entardecer...

          Vem logo, desencana, o amor te chama

          e ainda tem lugar na minha cama

          com muito de prazer pra se viver!...


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" SESSENTA E DUAS "

Sessenta e duas flores prontas, feitas,

sessenta e duas vezes, gratidão...

Sessenta e duas preces de oração

que se tornaram, todas, satisfeitas!...

          São dádivas de rosas em botão,

          sessenta e duas delas por eleitas

          perante o altar da vida e, assim, aceitas

          pra serem cultivadas com paixão.

São, pois, sessenta e duas vezes santas;

e são sessenta e duas ricas mantas

dispostas sobre o corpo... Luas, nuas...

          São bênçãos que dos céus nos foram dadas;

          serenas noites, versos, madrugadas

          qual fases dadas cá... Sessenta e duas!...


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" PELA POESIA "

Tentei pelos caminhos da paixão

viver a chama ardente do desejo

mas dela eu me queimei e, como a vejo,

me foi somente dor, desilusão...

          Me enveredei no amor terno e sobejo

          e o mesmo envenenou meu coração

          pois que, daquela a quem dei a emoção,

          aos pés inutilmente hoje rastejo!

Vós jovens que ainda têm a vida inteira

não sigam meu rancor; será besteira

ouvir de um velho o grito em agonia...

          Morri pelas paixões... De amor padeço

          porém, todo o sofrer ainda agradeço

          que dele nasce em mim real poesia!


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" O GUARDIÃO "

Tu dormes longa noite em madrugada

pra dar descanso ao corpo e ao pensamento...

Mantenho, eu cá, fiel o juramento

e te seguro a mão na fé firmada!...

          Não temas... Longe dista o sofrimento

          porquanto fez-se paz em tua morada!

          Mui breve irá romper nova alvorada

          trazendo ao teu olhar contentamento.

É calma a noite... O céu fez-se estrelado

e o Anjo do Senhor pôs-se ao teu lado

te garantido o sono amparador...

          Descanses... Do teu ser não longe dista

          vitória plena e santa por conquista

          que Deus, teus sonhos, guarda em vero Amor!


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" " REFÉM "

Parou-me o tempo e preso nele agora

do tédio sou refém na tarde ingrata

e todo esse marasmo que me mata

se assenta sem ter pressa de ir-se embora!

          Pensei... Não há momento que me abata!

          No entanto, o pranto que minh'alma chora

          também, sem pena alguma, se demora

          e, a força que me resta, desacata!

Me deito; me reviro sobre o leito

mas a lembrança que me aperta o peito

preguiça tem também nas horas dadas...

          Eu, preso pelo tempo aqui parado

          futuro o meu presente num passado

          sofrendo imagens tantas recordadas!...


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" NADA "

Ao mar deitei as queixas desta vida

num murmurar as dores da paixão

lhe confessando a força da emoção

levada aos pés da dama pretendida!

          Contei-lhe dos desejos, do tesão

          incluso na vontade desmedida

          e, na loucura d'alma ali contida,

          jurei-lhe o quanto a quero em profusão.

Mostrei-lhe as ondas fortes deste amor

a me cercar de afeto e de temor;

a fúria dele, a mim, por destinada...

          Jamais me abri a alguém tão sério assim

          e sabes tu que disse o mar, por fim,

          ao responder-me tão sereno? Nada!...


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