" SORRIA "
Sorrir, e por que não se o riso ao rosto
aformoseia a face e custa nada?!...
Se dele há benefícios na jornada
por que negar o bem estar proposto?
Devemos, pois, sorrir desde a alvorada
e já bem cedo disto ter o gosto
que o riso d'alma no semblante posto
é bênção certa, farta e consumada!
Então, ponha um sorriso no semblante
e leve essa alegria em ti constante
por toda a hora e instantes do teu dia...
Que seja um riso farto, franco, aberto
e sempre o tenhas, sem langor, por perto
que rir liberta, cura e contagia!
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" PELA PÁTRIA "
Ó Pátria (que ainda sonhas tua glória)
de um povo, de esperanças, revestido
não negues teu socorro ao abatido;
não manches no descaso a tua história!...
Clamor da tua gente aos céus rendido
suplica, não por sede de vitória,
que limpes do poder o mal e a escória
que tem por tantos meios a oprimido.
Que aqueles que te amam, com bom senso
promovam todo o bem no amor intenso
que esse pais merece por futuro...
Por crer que tens por bênção teu destino
guardado sob as rédeas do Divino
hei de lutar por teu progresso. Eu juro!
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" ESPECTRO "
Insone, a madrugada me devora
e sou por sentimentos mastigado
só tendo a solidão presente ao lado
que pelos pensamentos meus implora.
Vem d'alma o grito aflito, a dor num brado
do coração que, amargurado, chora
ciente do silêncio à volta, embora
do meu sofrer se fez acostumado!
Espectro de amor, numa vontade
me vem, ela, no abraço da saudade
a despertar-me a chama do desejo...
Mulher do meu querer... Dama da Noite
que foge-me no adeus de um frio açoite
sem dar qualquer valor ao meu ensejo!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" SONHO "
Eu sonho o amor na noite ainda deserta...
Se fez tão claro o céu na madrugada
que a lua, branca, nua, desvairada
invade o quarto pela porta aberta!...
Transpiro sobre o leito; a tez molhada...
Procuro a imagem tua em hora incerta
enquanto essa vontade o peito aperta
já pega por paixão desenfreada...
Te encontro no querer dessa agonia
desnuda como já vieste um dia
e ardente no desejo à carne posto...
Teu corpo sente o meu já encaixado
mas, neste instante, acordo desolado
trazendo aos lábios, do teu seio, o gosto!
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" EVOCAÇÃO "
Meu corpo, de desejo ardente, em chama
te pede, te cobiça, evoca o amor
te suplicando nua e sem pudor
conforme a fome intensa nos conclama.
A boca chama o beijo em seu calor
e a carne pelo encaixe a vir reclama
sedenta do prazer; anseia e clama
a mando da vontade em seu furor.
É n'alma que te busco com paixão
por complemento dado ao coração
mas, é na pele em brasa que ela entende
o tanto que o desejo te ofertado
se faz nesta união por consumado
e, sem temer, aos pés do amor se rende!
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" OCULTO "
Eu me especializei em dar errado
e me tornei perito em meu fracasso;
o rumo que sem prumo adiante eu traço
se faz dos erros vindos do passado!...
Assim, troquei o alento de um abraço
por ecos de um vazio conturbado
e o ventre, de desejo ao meu colado,
deixei partir no adeus sem mais do enlaço...
E fiz-me mentiroso a mil pedidos
fingindo dar os sonhos por perdidos...
Neguei querer o beijo acolhedor...
Distante ela se vai levando a mágoa!
Eu, triste, tendo os olhos rasos d'água
me acabo sem que o saiba o meu Amor.
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" IMAGINANDO "
Eu cá, pensando em ti, sonho acordado
sentindo me acender paixão tamanha
que na vontade à pele se emaranha
e põe-me atento, ao cio, todo excitado.
A imagem do teu corpo me arrebanha
no sensual balanço em teu gingado
e, de tamanha graça, apaixonado
por tal nudez, pro amor, meu ser se assanha!
Assim, te beijo, abraço e te seduzo;
te assanho, arranho, abuso e te lambuzo
porque o imaginar não paga nada...
Eu torço pra que as forças do destino
te tragam, num momento repentino,
desnuda, em pelo, linda e abusada!!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Outubro/2018
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" PERDIDO "
Como eram bons meus dias de criança,
de pés descalços, sem preocupação,
brincando livremente a imensidão
dos sonhos nas sacadas da esperança!...
A pipa posta ao céu, presa na mão,
traçando sobre o azul sua livre dança
levava ao vento aonde a vista alcança
minh'alma nela escrava da emoção...
Havia em tudo um cheiro de alegria
na casa cheia, em festa como o dia,
ao som do rádio a nos cantar poesia...
Já não me encontro mais nesse menino;
perdi-me dele a mando do destino!
Rasgou-se a pipa... A casa hoje é vazia!
©Paulo Braga Silveira Junior - Novembro/2018
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" TU ÉS POESIA "
O teu olhar é verso em puro encanto
se como fosse o verbo da expressão
mais contundente e belo da paixão
a dar-me de carinho por recanto!...
Teu jeito de trazer-me ao coração
é rima exata para o amor (e quanto)
e devotar-te o meu melhor, portanto,
se faz bem muito mais que gratidão.
Te entregas, corpo e alma, em excelência
igual de um bom soneto em tal cadência
no ritmar prazer à fantasia...
Ao vê-la nua, ao cio em plena chama,
entendo por que o meu querer conclama
que eu te declame pois tu és poesia!
©Paulo Braga Silveira Junior - Novembro/2018
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" DÊ-ME TEMPO "
Não sei se vens menino ou se menina
mas ponho-me a trazer-te ao pensamento
imaginando o enorme sentimento
de te acolher criança pequenina!...
Tão frágil nos meus braços, num momento,
atenta a tudo que se descortina
pra logo ver-te atrás da própria sina
tão livre quanto, em campo, sopra o vento.
Ainda nem nasceste e eu te imagino
correndo o chão do tempo peregrino
pra desfrutar do bom que há nesta vida...
Sou velho... Corra menos... Vá com calma...
És toda essa alegria de minh'alma;
dos céus, mais uma bênção concedida!...
©Paulo Braga Silveira Junior - Novembro/2018
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" REFRIGÉRIO "
Diante o imenso mar chamado Amor
sou eu pequeno ser, um grão de areia
tocando o chão que o sonho n'alma anseia
sem méritos, prestígios ou valor.
Me sangra uma esperança pela veia
num gotejar infindo, em plena dor,
pra renascer após, em esplendor,
e me envolver sutil em densa teia.
É na paixão fervente da vontade
que este meu ser, por graça que lhe invade,
se vê sobreviver pobre e contrito...
A paz... Esta há de vir franca e sincera
nos braços da saudade a minha espera
ao recorda de ti meu peito aflito!
©Paulo Braga Silveira Junior - Novembro/2018